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Restauração de amálgama: o que é, quais as vantagens e desvantagens, e por que está sendo substituída por resina?

  • Foto do escritor: Márcio Luiz Cantador
    Márcio Luiz Cantador
  • há 1 dia
  • 4 min de leitura

Se você já precisou fazer uma restauração dentária (conhecida popularmente como “obturação”), talvez já tenha ouvido falar ou até tenha uma restauração de amálgama, aquelas famosas “prateadas” ou “escuras” nos dentes.


Durante décadas, o amálgama dental foi o material mais utilizado em consultórios odontológicos para restaurar dentes com cáries, principalmente os molares (dentes de trás). Porém, com o avanço da odontologia estética e dos materiais mais modernos, ele vem sendo cada vez mais substituído pelas resinas compostas, que são as restaurações da cor do dente.


Mas será que o amálgama ainda é uma boa opção? E por que tantos dentistas estão trocando por resina?


Vamos entender os prós, contras e motivos da substituição, de forma simples e direta.



O que é a restauração de amálgama?


O amálgama dentário é uma mistura metálica composta principalmente por:

• Mercúrio

• Prata

• Estanho

• Cobre


Essa liga metálica é usada há mais de 150 anos na odontologia para preencher cavidades causadas por cáries. Após a aplicação, o material endurece e se mantém funcional por muitos anos.


É importante destacar que não se trata de “chumbo”, como muitas pessoas pensam, mas sim de uma liga metálica resistente, aprovada por órgãos internacionais e, por muito tempo, considerada o “padrão ouro” das restaurações.




Quais são as vantagens da restauração de amálgama?


Apesar de hoje ser menos utilizada, o amálgama tem qualidades que explicam sua longa história de uso:


1. Alta durabilidade

Uma das maiores vantagens do amálgama é sua resistência ao desgaste. Ele pode durar 20 anos ou mais, se bem feito e bem cuidado, especialmente em dentes posteriores que suportam muita força mastigatória.


2. Custo mais baixo

Comparado a materiais mais estéticos, o amálgama costuma ser mais acessível financeiramente.


3. Menor sensibilidade à umidade

O amálgama é menos sensível à umidade no momento da aplicação do que a resina, o que facilita o procedimento em casos mais difíceis.


4. Facilidade de aplicação

O dentista consegue manipular o amálgama com mais facilidade, principalmente em áreas profundas ou de difícil acesso na boca.




Quais são as desvantagens da restauração de amálgama?


Com o passar do tempo e o avanço dos materiais dentários, várias desvantagens foram observadas no uso do amálgama:


1. Estética prejudicada

Essa é a desvantagem mais evidente: o amálgama tem uma cor metálica escura, muito diferente da cor natural do dente, o que causa um aspecto visual desagradável, especialmente ao sorrir ou falar.


2. Risco de trincas e fraturas dentárias

O amálgama expande e contrai com o tempo, principalmente com variações de temperatura (bebidas quentes ou geladas). Isso pode gerar trincas ou até fraturas no dente ao longo dos anos.


3. Necessidade de maior desgaste do dente

Para que o amálgama se fixe adequadamente, muitas vezes é necessário remover mais estrutura dental saudável do que o necessário, o que enfraquece o dente.


4. Possível liberação de mercúrio

Essa é uma preocupação controversa. O amálgama contém mercúrio (aproximadamente 50% da composição), que em certas condições pode liberar vapores. Embora muitos estudos indiquem que a quantidade é mínima e segura, alguns países proibiram ou limitaram seu uso, especialmente em gestantes, crianças e pessoas com alergias.


5. Dificuldade em detectar novas cáries

Como o amálgama é opaco e escuro, pode esconder cáries secundárias que se desenvolvem ao redor da restauração. Isso dificulta o diagnóstico precoce em exames clínicos ou radiográficos.


6. Incompatibilidade com a estética moderna

Hoje, com a valorização da estética, harmonia facial e sorriso natural, o amálgama fica visualmente fora de contexto, principalmente em pacientes que investem em clareamento, facetas ou alinhadores.




Por que as restaurações de amálgama estão sendo substituídas por resinas?


A resina composta (restauração da cor do dente) vem ganhando cada vez mais espaço, e se tornou o material mais utilizado atualmente, por diversos motivos:


  1. Estética superior


A resina é da cor exata do dente, sendo praticamente imperceptível. Ela se mistura com o dente, garantindo um resultado natural e discreto.


  1. Preserva mais estrutura do dente


Com a técnica adesiva moderna, o dentista consegue remover apenas a parte danificada, sem desgastar o dente além do necessário.


  1. Boa durabilidade


Embora não dure tanto quanto o amálgama, as resinas de alta qualidade duram em média 8 a 12 anos (ou mais), e podem ser facilmente reparadas.


  1. A evolução das resinas


As resinas modernas têm alta resistência, maior estabilidade de cor e aderem bem à estrutura do dente, o que torna o resultado durável e bonito.


  1. Aceitação pelos pacientes


A maioria dos pacientes prefere as resinas por questões estéticas e psicológicas — muitos se sentem desconfortáveis com “manchas escuras” na boca.




Mas toda restauração de amálgama precisa ser trocada?


Não necessariamente. Se a restauração de amálgama estiver:

• Bem adaptada

• Sem infiltrações

• Sem fraturas

• E o paciente não se incomodar com a estética…


Ela pode continuar em boca por muitos anos sem qualquer problema.


A troca só é indicada quando há:

• Infiltração (entrada de bactérias)

• Quebra ou desgaste da restauração

• Estética comprometida

• Fratura do dente ao redor

• Preferência do paciente pela troca por resina


A troca deve ser feita com cuidado, por profissional qualificado, utilizando técnicas de isolamento para minimizar a exposição ao mercúrio durante a remoção do amálgama.




Quem decide qual material usar?


A decisão deve ser feita em conjunto com o dentista, após avaliação do seu caso específico. Ele vai considerar:

• Local do dente (estético ou não)

• Quantidade de estrutura dental restante

• Condições da mordida

• Estética desejada

• Durabilidade necessária

• Seu histórico de saúde e alergias




Conclusão: amálgama ainda funciona, mas a odontologia evoluiu, e a estética importa


As restaurações de amálgama marcaram a história da odontologia por sua resistência e durabilidade. Ainda são funcionais e seguras quando bem indicadas. No entanto, a odontologia estética moderna prioriza também a aparência, o conforto e a preservação da estrutura natural do dente.


Por isso, a resina composta tem se consolidado como a principal escolha tanto para os dentistas quanto para os pacientes, unindo estética, segurança e bons resultados.


Se você tem restaurações antigas de amálgama e está em dúvida se deve trocá-las, converse com seu dentista. Ele pode te orientar com base em exames clínicos e radiográficos, para garantir que seu sorriso fique bonito, saudável e funcional por muitos anos.

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