Sedação Consciente com Óxido Nitroso
- Márcio Luiz Cantador
- 3 de out.
- 2 min de leitura

A sedação consciente é uma técnica utilizada como aliada do cirurgião-dentista para reduzir ansiedade e medo, oferecendo conforto e segurança ao paciente. Trata-se de um método leve, seguro e titulado, no qual o paciente permanece consciente, responde a estímulos verbais e físicos e mantém respiração espontânea, com mínima depressão do nível de consciência.
O principal gás utilizado é o óxido nitroso (N₂O) associado ao oxigênio (O₂). Essa mistura promove relaxamento, bem-estar e analgesia relativa, com rápida absorção e eliminação, sem metabolização pelo organismo. O efeito é reversível em minutos após a suspensão do gás, permitindo ao paciente retomar suas atividades normalmente. Por não causar prejuízos ao sistema cardiovascular, fígado, rins ou cérebro, pode ser empregada em pacientes especiais, como cardiopatas, diabéticos e hipertensos.
As indicações incluem: controle da ansiedade e do medo em adultos, crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais; procedimentos de longa duração; e apoio em tratamentos que exigem anestesia local, mas não a substitui. Já as contraindicações envolvem casos de alterações de personalidade, claustrofobia, respiração bucal, doença pulmonar obstrutiva crônica, refluxo gastroesofágico, comprometimento neurológico sem resposta a comandos e alterações anatômicas da língua que prejudiquem a respiração.
A técnica é regulamentada no Brasil (Resolução CFO n.º 51/2004) e exige capacitação específica. Seu uso requer equipamentos como o fluxômetro, que controla a proporção dos gases, e o oxímetro de pulso, para monitorar saturação de oxigênio e frequência cardíaca.
O procedimento inicia com oxigenação a 100% por alguns minutos, seguida da titulação progressiva do N₂O (10–70%), ajustada conforme resposta do paciente. Ao final, fornece-se oxigênio puro para evitar hipoxia por difusão. A grande vantagem da técnica é a possibilidade de ajuste imediato da sedação, minimizando riscos de sobredosagem.
A classificação ASA (American Society of Anesthesiologists) auxilia na avaliação do risco médico:
ASA I e II: pacientes saudáveis ou com doenças leves/moderadas, boa indicação para sedação.
ASA III: doenças sistêmicas graves, com limitações funcionais; exige maior cautela.
ASA IV a VI: pacientes com risco elevado ou em estado terminal, sendo a sedação restrita a situações emergenciais.
Portanto, a sedação consciente com N₂O/O₂ é uma técnica eficaz, segura e de fácil reversão, que contribui para um tratamento odontológico mais tranquilo, tanto para o paciente quanto para o profissional, representando alternativa viável à anestesia geral em muitos casos, especialmente em pacientes ansiosos ou com necessidades especiais.




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